A mando de garimpeiros, sede da Associação das Mulheres Munduruku é depredada

Em mais um capítulo da escalada de tensões provocadas pelo garimpo ilegal no sudoeste do Pará, a Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn, situada na cidade de Jacareacanga, foi vandalizada a mando de garimpeiros que atuam na região.
O momento delicado é alvo de preocupação há meses, como temos reportado em nossas redes sociais. Os primeiros alertas dos indígenas e do MPF foram divulgados em 2012. Nos últimos anos o problema piorou, e o MPF expediu recomendação em 2017, e ajuizou ação em 2018. A ação provocou a realização de operação, mas, apesar de recomendação do MPF, o combate não continuou. Na última semana, o MPF solicitou o envio de tropas federais em caráter de urgência, e abriu investigação para apurar improbidade dos órgãos responsáveis pela fiscalização de crimes na região.
Em comunicado, a Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn relata que essa tragédia foi anunciada diversas vezes pelos defensores do garimpo. Denúncias foram feitas para resguardar a integridade física das mulheres Munduruku, mas o poder público local não tomou nenhuma providência nesse sentido.
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“Estamos gritando há dias, pedindo para que as forças policiais ajam sobre esse grupo de criminosos que querem devastar nosso território e que ameaçam a nossa própria vida e integridade”, diz o comunicado.
Nós, da Proteja Amazônia, nos solidarizamos com as mulheres da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn.
Confira a matéria exibida no Jornal Nacional no dia 22/03
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